Um caso que parecia ser isolado no município de Maragogi tem uma dimensão muito maior do que se imagina. Não estamos falando apenas de um estelionatário, mas de uma quadrilha de estelionatários. Após a justiça de Maragogi decretar a prisão de Douglas Alves, dono da Gold Sollar, um suposto advogado, que se identificou pelo nome de Adriano, entrou em contato com um dos nossos repórteres e tentou subornar o profissional oferecendo dinheiro para retirar a matéria do ar. Isto pode significar que os estelionatários estão bem capitalizados e se aproveitando do dinheiro dos golpes.
As mensagens do suborno foram encaminhadas para o delegado do caso e para o Ministério Público da cidade de Maragogi.
A nossa reportagem obteve com exclusividade uma ação tramitando na Justiça de Ipameri, Estado de Goiás, onde Douglas Alves foi tipificado nos crimes contra o Patrimônio, Estelionato e outras fraudes. Os valores somados no prejuízo ultrapassam mais de quinhentos mil reais. O golpe em Goiás segue a mesma narrativa dos golpes realizados por Douglas Alves em Maragogi.
Segundo as denúncias em Goiás, o acordo com Douglas Alves seria que todos os equipamentos deveriam ser instalados, com toda a montagem, estrutura e cabeamento por conta da Gold Sollar. O valor contratado variava de R$ 17.500,00 a R$ 68.000,00. Alguns pagaram à vista, enquanto outros financiaram o valor. A instalação devia se iniciar em 45 dias no máximo, prorrogado em situações de caso fortuito e de força maior.
Isso foi um prato cheio para quem intencionava apenas se apossar dos valores. O suposto empresário continuava a convencer clientes para poder desaparecer com o dinheiro dos pais de família, comerciantes e empresários.
As denúncias em Goiás datam de fevereiro de 2022, mesmo mês em que Douglas Alves se instalou em Maragogi.
O rastro de falcatruas da Gold Sollar é grande. Depois de Goiás e Maragogi, eles conseguiram entrar em Pernambuco e as novas vítimas do golpe foram de Recife, Porto de Galinhas, Palmares e Caruaru. Já no site Reclame Aqui, existem várias denúncias contra a Gold Sollar pelo mesmo motivo: embolsar o dinheiro e não entregar os serviços.
De acordo com as investigações, uma mulher integra o grupo de estelionatários. Ela busca clientes e consegue atrair as propostas com maior facilidade, ou seja, uma estratégia de transmitir credibilidade.
Informações extraoficiais dão conta que Douglas Alves está tentando montar uma empresa de sal no Estado de Goiás. A polícia de Alagoas diz que é questão de tempo pegar o estelionatário, e a força de inteligência está trabalhando no caso.