Embora súbita e indesejada, a mudança de rotina no ano de 2020 catalisou o processo criativo, segundo nos explica o escritor: sob o ócio a que estava desacostumado, encontrou antigas agendas em que registrara, vinte e cinco anos antes, a sua estada de um ano em Jerusalém, a Cidade Santa. Mais de uma vez se lhe garantiu que as memórias ali conservadas eram preciosas, deviam ganhar o mundo; e assim ele fez: deu-lhes forma ao longo de um ano que muitos consideraram “perdido”. O resultado foi o livro Diário de Um Peregrino, cujo lançamento prestigiamos.
O salão de festas paroquial recebeu dezenas de convidados do autor. Entre eles, o também escritor padre Alex Rufino da Silva e o monsenhor José Augusto, que integraram a mesa de honra. Nela estavam também, além do escritor, pessoas envolvidas na feitura do livro.
Falou primeiro Bruno Clériston, designer, que projetou o volume. Discorreu sobre as suas escolhas nas cores, na diagramação etc., guiadas pelo conforto e pela beleza, subalterna, a um tempo, ao imaginário católico e à personalidade da escrita do padre Manoel.
Em seguida, o padre Sérgio Ricardo tomou a palavra. Ele é afilhado espiritual do autor e com ele esteve desde a gênese do projeto, tendo sido um dos que apontaram o valor das agendas encontradas. Responsável pela apresentação da obra, conhece-a como ninguém e, portanto, falou com propriedade sobre o que os leitores encontrarão: geografia, história e, sobretudo, espiritualidade cristã.
Por último, o padre Manoel José desenvolveu o significado mesmo da peregrinação, atividade do povo de Deus desde o primeiro livro da Bíblia, passando pela vida de Jesus e dos seus seguidores nos séculos seguidos à Sua vinda. Então, narrou a sua própria peregrinação a Jerusalém, onde residiu de 1994 a 1995 a motivo de estudos; estes, naquela região, davam-se dentro e fora das salas de aula, pois cada lugar ali tem história e significado profundos cristãos, mas também para muçulmanos e judeus. Cada visita que o padre fez é, pois, digna de conhecimento para os religiosos e interessados, e é nisto que consiste o seu livro: esmiuçar, descrever e refletir sobre a Terra Santa, chamada por alguns de Quinto Evangelho, o Evangelho que se vê.
Ao fim das palavras, serviu-se o coquetel e o autor fez um momento de autógrafos.
TEXTO ESCRITO POR HÉLDER LIMA