Os dois organizadores que planejaram durante doze meses o bloco mais esperado do povoado São Bento, o “Só Vai Quem Chupa”, viram tudo cair por água abaixo depois que o min-trio elétrico doado pela prefeitura foi boicotado pelo coordenador de eventos Ralfe Ferraro em pleno desfile na principal Avenida do povoado.
Revoltados, os foliões começaram a usar palavras de baixo calão contra o prefeito Sérgio Lira e o coordenador, que não ligou para a revolta do povo, e parou o desfile, antes sequer da metade do ponto de chegada com a ordem de que o mini-trio elétrico voltasse para a cidade de Maragogi, localizada a 06 km de São Bento; de acordo com informações extraoficiais, o mini-trio teria de cumprir uma programação marcada e puxar outro bloco na Avenida Senador Rui Palmeira.
Por telefone, o coordenador Ralfe Ferraro informou à nossa reportagem que a banda do “Só Vai Quem Chupa” chegou atrasada, motivo pelo qual foi ele obrigado a remover o mini-trio e parar o desfile do mais esperado bloco carnavalesco de São Bento.
Revoltado, um dos organizadores falou em microfone sobre a falta de respeito que a prefeitura estava tendo com o povo pedindo mil desculpas e informando aos foliões que o bloco “Só Vai Quem Chupa” não mais participará do carnaval de Maragogi.
Ainda durante a concentração do bloco, um dos responsáveis já estava prevendo que algo de ruim aconteceria ao bloco, pois, segundo informações, logo cedo houve contato de Ralfe Ferraro pedindo dinheiro para bastecer o mini-trio; a coordenação do bloco contestou, pois descobriram que a prefeitura, além de ter dado combustível para outros, também doou camisas. Entenderam, portanto, que a prefeitura estaria sendo seletiva e usando de má fé. O bloco “Só Vai Quem Chupa” não usa abadá, pois vigoram os já tradicionais homens vestidos de mulher e vice-versa, além das fantasias em geral.
O coordenador de eventos Ralfe Ferraro afirmou que a cobrança de trezentos reais para comprar combustível para o mini-trio era ordem da prefeitura, como também confirmou que a prefeitura doou camisas para alguns blocos.
Osmar Araújo, principal nome por trás do evento, lamentou o fato e reafirmou a exclusão do bloco dos próximos carnavais: “É lamentável o que fizeram; realmente, a banda atrasou, mas Ralfe Ferraro deveria respeitar o nosso trabalho, os patrocinadores e, acima de tudo, o povo de São Bento que compareceu em massa para curtir o nosso bloco, que foi feito para animar a comunidade porque o carnaval de São Bento é muito fraco. Nós não vendemos camisas e não lucramos com nada, e o pouco que a prefeitura dá causa um embaraço desses. Escolas de samba atrasam no Rio de Janeiro, bandas em Salvador atrasam, em Olinda atrasam, mas em Maragogi isso não pode acontecer devido à grande eficiência da coordenação da prefeitura”, finalizou, irônico e revoltado, o criador do bloco Osmar Araújo.