A Justiça da cidade de Maragogi decretou a prisão de Douglas Alves, dono da empresa Gold Sollar, instalada em Maragogi em fevereiro do ano passado.
Douglas Alves chegou à cidade litorânea num momento de revolta por parte de alguns comerciantes e empresários, que sofriam e tinham prejuízos devido as frequentes quedas de energia elétrica. Oferecendo a nova tecnologia de energia solar, por meio de placas fotovoltaicas, Douglas não mediu esforços para ludibriar a boa fé do povo ordeiro do segundo polo turístico de Alagoas. Pais de famílias, comerciantes e empresários acreditaram nas propostas inovadoras, com preços à altura das condições de cada um. Tudo, porém, não passava de golpe.
De acordo com informações, Douglas chegou à cidade com um histórico de Boletins de Ocorrência (B.O.) por lesar terceiros por onde passara: Goiânia, Bahia, Aracajú e agora Alagoas.
Em Maragogi, a sede da empresa Gold Sollar foi montada em um local bem localizado: às margens da rodovia AL 101 Norte, na galeria Santa Luzia em Ponta de Mangue, um empreendimento de lojas de aluguel recém inaugurado. Com carros plotados e publicidades em diversos meios de comunicação, a empresa demonstrava seriedade.
Porém, pouco mais de três meses desde o aparecimento da empresa na cidade, as primeiras denúncias de calote surgiram na delegacia. Em um B.O., constava que o senhor Douglas recebera dez mil reais, parte de um acordo para instalar energia solar em uma residência no prazo de trinta dias; no entanto, ele não cumpriu o combinado e sempre dizia que resolveria o problema em breve. Na mesma semana, outro morador procurou a delegacia e prestou a mesma queixa, dessa vez com valor maior. Na terceira denúncia, consta valor de duzentos mil reais.
Com isso, a Polícia Civil percebeu que os atrasos nas instalações da energia solar nas residências, pousadas etc., não se devia a burocracia, mas era caso de estelionato: mais de vinte pessoas relatavam o mesmo problema na delegacia e os valores já ultrapassavam quinhentos mil reais.
Quando a polícia chegou à sede da empresa, Douglas já tinha desaparecido. Todos os funcionários estavam com salários atrasados, assim como o aluguel da loja. A empresa responsável pelo marketing da Gold Sollar também não recebera as impressões de materiais e os carros alugados também não vinham sendo pagos.
O golpe funcionava da seguinte forma:
Douglas Alves enviava aos clientes o orçamento com valores abaixo dos concorrentes e oferecia facilidade nos pagamentos; no entanto, o cliente deveria pagar 50% de entrada. De posse desse dinheiro, começava a arrumar empecilhos e dor de cabeça para os clientes. Seus argumentos eram sempre os mesmos: “O container com as placas atrasou no porto de Recife, mas assim que chegar eu monto”, ou então, “Separei da mulher e estou com uns probleminhas, mas irei resolver”.
Com o esquema, ele foi capaz de desaparecer da cidade com centenas de reais alheio.
Em uma ligação ao nosso portal, uma mulher natural de Caruaru, que tem residência em Maragogi, disse que quase entrou em depressão pois com muito sacrifício conseguiu um empréstimo de dezessete mil reais do banco e entregou todo ao estelionatário Douglas Alves. Ela ficou sem energia solar e com um débito triplicado pelos juros.
Antes da justiça decretar a prisão de Douglas Alves, nossa reportagem descobriu que ele se instalava em uma cidade no interior de Rio Grande do Norte.
Por telefone, Douglas informou que um advogado já entrou em acordo com alguns clientes lesados e que está resolvendo tudo. Pedimos o contato do advogado, mas ele negou. Também disse que nós não tínhamos autorização para fazer a matéria do caso, sem ouvir os dois lados. Pedimos a ele explicações, no entanto ele pediu que a matéria fosse adiada pois ele viria pessoalmente explicar. Ainda insistimos em saber o seu paradeiro, mas daí pra frente ele não respondeu mais.
Já o delegado do caso, Antônio Nunes, responsável pela delegacia de Maragogi, disse que foram mais de vinte vítimas lesadas por Douglas e que a justiça já de decretou sua prisão. Ainda de acordo com a polícia, prendê-lo é questão de tempo.
Pede-se que quaisquer informações a respeito do paradeiro de Douglas Alves sejam repassadas à polícia.